Diagnóstico
é feito em apenas 20 minutos
A
Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) obteve o registro da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) e apresentou nesta terça-feira, em Salvador, o
primeiro teste sorológico rápido nacional para detecção do zika vírus. Assim, o
exame que costumava levar semanas terá resultado em até 20 minutos.
O
Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, destaca que o teste rápido
facilitará a vida da população, ao permitir às mulheres, por exemplo, saberem
se já foram ou estão infectadas pelo vírus.
—
Hoje existe uma quantidade de pessoas com sintomas que não têm o diagnóstico
definitivo, ou seja, você acha que a pessoa tem zika, mas pode ser uma outra
virose. A partir de agora, principalmente para as mulheres em idade
gestacional, ter a informação se ela teve ou ainda não zika é extremamente
relevante para a decisão dela, em iniciar uma gestação — ressalta Fábio
Villas-Boas.
Procedimento
O
dispositivo tem duas fitas portáteis (cassetes), que usam uma pequena amostra
de soro do paciente. Uma das fitas reage com o anticorpo IgM, identificando
infecções de até duas semanas. Já o segundo cassete reage ao IgC e identifica
se o paciente já teve a infecção há mais tempo. Isso permite que o teste rápido
detecte os anticorpos contra o zika vírus, no organismo do paciente, em
qualquer fase da doença.
—
O zika antes era diagnosticada em laboratório através do PRC (método que
detecta a presença de carga genética do vírus), o que era demorado e muito
custoso. A partir de agora, poderemos oferecer o diagnóstico em qualquer posto
de saúde nos lugares mais distantes do país e, em apenas 20 minutos, a
população terá a resposta se tem ou teve zika — explica o secretário.
Parceria
O
teste foi desenvolvido em parceria da Sesab com uma empresa sul-coreana, que
transferiu a tecnologia ao laboratório fabricante, a Fundação Baiana de
Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição
de Medicamentos (BahiaFarma), ligado à Secretaria de Saúde do estado. Com a
autorização concedida pela Anvisa, o laboratório aguarda o pedido do Ministério
da Saúde para iniciar a fabricação e distribuição a toda a população
brasileira. A previsão inicial pode ser de até 500 mil testes por mês.
—
O processo iniciou-se em agosto do ano passado, com a assinatura do protocolo,
porém o desenvolvimento do produto ocorreu entre setembro e janeiro, e nós
começamos a fazer escalonamento de lotes-piloto, para registro do produto —
conta o diretor-presidente do Laboratório público, BahiaFarma, Ronaldo Dias.
A
Agência Brasil procurou o Ministério da Saúde sobre a previsão de pedido para a
fabricação dos produtos, mas não obteve resposta até o fechamento desta
matéria.
O
zika vírus foi descoberto na Bahia em julho de 2015, quando casos associados à
Síndrome de Guillan-Barré foram confirmados. De acordo com a Sesab, nos cinco
primeiros meses deste ano, 36.725 casos foram registrados na Bahia.
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