quinta-feira, 30 de junho de 2016

História da Biomedicina


A Biomedicina surgiu no Brasil em 1966. Desde sua origem o curso passou por diversas modificações curriculares, ampliando as suas habilitações e qualificando seus profissionais na área de saúde. Pela primeira vez, a categoria biomédica participa de um projeto interministerial (MEC/MS), fundamental para o sucesso dos programas de saúde no país e da própria formação profissional.

Na segunda Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência, realizada em Curitiba em novembro de 1950, foram apresentadas pelo Prof. Leal Prado, num simpósio sobre seleção e treinamento de técnicos (Cf. Ciência e Cultura 2, 237, 1950), as ideias básicas que deveriam orientar os cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Biomédicas. Posteriormente, em dezembro de 1950, foi convocada uma reunião pelos Profs. Leal Prado de Carvalho e Ribeiro do Vale, para discutir o assunto, em que participaram representantes da Escola Paulista de Medicina, da Universidade de São Paulo, do Instituto Butantã e do Instituto Biológico.

O objetivo do curso de Biomedicina era o de formação de profissionais biomédicos para atuarem como docentes especializados nas disciplinas básicas das escolas de medicina e de odontologia, bem como de pesquisadores científicos nas áreas de ciências básicas, e com conhecimentos suficientes para auxiliarem pesquisas nas áreas de ciências aplicadas.

Com a federalização da Escola Paulista de Medicina (EPM) e com a entrada em vigor da Lei 4024 de 1961, que estabelecia as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Regimento da Escola Paulista de Medicina foi modificado, sendo aprovado pelo então Conselho Federal de Educação em 8 de julho de 1965.

Neste novo regimento previa-se, no capítulo III, a organização de um curso de Graduação Biomédica e, no capítulo IV, que trata dos cursos de pós-graduação, estabelecia-se a criação do curso de doutorado em Ciências Biomédicas, não somente para os graduados em Ciências Biomédicas, como para egressos de outros cursos de graduação, a juízo do Conselho Departamental da instituição.

Partindo-se da convicção de que existia um mercado nacional para tais especialistas, o Conselho Departamental da EPM tratou de obter condições para colocar em funcionamento o curso de graduação, o de mestrado e o de doutorado em Ciências Biomédicas que, em linhas gerais, se destinaria à preparação de especialistas, pesquisadores e docentes neste campo das ciências.

Terminada a 4ª série do curso de graduação, o aluno poderia seguir carreira não universitária, trabalhando em indústrias de fermentação, alimentação, farmacêutica, laboratórios de análises biológicas e de controle biológico, institutos biológicos e laboratórios de anatomia patológica.

Por meio do Parecer nº 571/66 do extinto Conselho Federal de Educação, estabeleceu-se o mínimo de conteúdo e de duração dos currículos de bacharelado em Ciências Biológicas – Modalidade Médica, exigíveis para admissão aos cursos de mestrado e doutorado no mesmo campo de conhecimento, a serem credenciados por este Órgão.

De acordo com este Parecer, ficam determinadas as atividades nos trabalhos laboratoriais aplicados à Medicina, existindo, de outra parte, amplo mercado de trabalho para pessoal cuja formação inclua sólida base científica, que tenha o comportamento e espírito crítico amadurecidos, de preferência no convívio universitário, e que pretenda dedicar-se à realização de tarefas laboratoriais vinculadas às atividades médicas. A aparelhagem necessária a essas tarefas se tornou cada vez mais complexa, e a sua substituição por equipamento mais aperfeiçoado ocorreu ao fim de prazos cada vez menores.

Os encarregados desses trabalhos, por isso mesmo, não poderiam ser simples operadores que desconhecessem os fundamentos científicos do que estavam realizando. Para a formação de pessoal com essas características, o extinto Conselho Federal de Educação atendeu à solicitação de várias escolas médicas do País, fixando no Parecer nº 571/66 e, posteriormente, no Parecer nº 107/70, de 4 de fevereiro, os mínimos de conteúdo e de duração dos cursos de bacharelado em Ciências Biológicas – modalidade médica.

Rapidamente, após a publicação do Parecer nº 571/66, houve a implantação do primeiro curso na Escola Paulista de Medicina em março de 1966, (com aula inaugural ministrada pelo Prof. Leal Prado, quase 16 anos após a apresentação inicial da idéia), e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), novos cursos, (então com os nomes de Ciências Biológicas – Modalidade Médica ou Biologia Médica) tiveram início, em 1967, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP), em 1970 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Barão de Mauá, (atual Centro Universitário Barão de Mauá),em Ribeirão Preto.

Esses cursos, criados entre 1965 e 1970 tiveram seus alunos egressos rapidamente absorvidos nas disciplinas básicas de suas próprias faculdades, ou então em outras escolas de medicina públicas ou particulares. Porém, com exceção dessas áreas, embora formado em curso reconhecido, o egresso encontrava sérias dificuldades para inserção no mercado de trabalho, visto que a profissão de Biomédico ainda não era regulamentada em lei e os exames laboratoriais, embora sem exclusividade legal, eram realizados por médicos e farmacêuticos-bioquímicos.

A árdua luta para regulamentar a profissão inicia-se com a participação efetiva das escolas Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Barão de Mauá (atual Centro Universitário Barão de Mauá), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santo Amaro (atual Universidade de Santo Amaro – UNISA), Universidade de Mogi das Cruzes e Universidade Federal de Pernambuco, envolvendo seus diretores, alunos e egressos.

A atuação dos biomédicos junto aos órgãos governamentais (Ministério da Educação, Ministério do Trabalho), à classe política (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e a busca dos seus direitos culminou na Exposição Interministerial (Saúde, Educação, Trabalho), que elaborou o Projeto de Lei nº 1660/75. Foi realizado um árduo trabalho na Câmara dos Deputados por formados, acadêmicos e instituições de Biomedicina. O referido projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, com emendas, e no Senado Federal foi substituído pelo de número 101/77, do então senador Jarbas Passarinho, o qual possibilitava, além da regulamentação da profissão de Biomédico, a profissão de Biólogo.

Por exigência de forças contrárias, foram introduzidas modificações no texto do documento, limitando muito o espectro de atividades do profissional Biomédico. Diante da situação difícil em que se encontrava a categoria, os líderes do movimento não tiveram outra opção senão aceitar a imposição, saindo de uma discussão na esfera política para entrar na esfera judicial, junto ao Poder Judiciário (Supremo Tribunal Federal).

O resultado fez com que a categoria surgisse forte e coesa, vendo sua pretensão materializada nas Leis 6684/79, 6686/79 (e sua posterior alteração com a lei 7135/83, que permitiu a realização de análises clínicas aos portadores de diploma de Ciências Biológicas – Modalidade Médica, bem como aos diplomados que ingressaram no curso em vestibular realizado até julho de 1983); Decreto 88.394/83, que regulamentou a profissão e a atuação dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina; e a Resolução nº 86 do Senado Federal, de 24 de junho de 1986, ratificando acordo realizado no Supremo Tribunal Federal, assegurando definitivamente o direito do profissional Biomédico de exercer as análises clínico-laboratoriais.

O Decreto nº 90.875, de 30 de janeiro de 1985, a que se refere a Lei 5.645, de 10 de dezembro de 1970. Art. 1º, incluiu no Grupo “Outras Atividades de Nível Superior”, estruturado pelo Decreto nº 72.493, de 19.07.1973, com as alterações posteriores, a Categoria Funcional de Biomédico.

Em 16 de junho de 1988, a Portaria nº 1.425, da Secretaria de Administração Pública, enquadrou o Biomédico no Serviço Público Federal, aprovando as especificações de classe da categoria funcional, código MS-942 ou LT-NS-942.


Em 89, foram publicadas as Resoluções nº 19, 20, 21 e 22, do Conselho Federal de Biomedicina, criando os Conselhos Regionais de Biomedicina da Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Região, respectivamente, tendo como objetivo atender os interesses da profissão e incrementar a supervisão e a fiscalização do exercício profissional em nível regiona.

Entrevista: Presidente do CFBM fala sobre a Biomedicina como uma das protagonistas na área da saúde


Em 2016, a Biomedicina no Brasil completa 50 anos. São cinco décadas desde o projeto inicial do curso, embora a regulamentação só tenha vindo anos após, em 1979. Com muito esforço, empenho e dedicação de um grupo de profissionais e estudantes, o curso, que antes se chamava Ciências Biológicas – modalidade médica, passou a se chamar Biomedicina. Hoje, uma das profissões mais atrativas do mercado de trabalho, com mais de 220 cursos espalhados por todo o país, 37 habilitações regulamentadas pelo Conselho Federal de Biomedicina e benefícios imensuráveis para a saúde da sociedade.

A história da Biomedicina se confunde com a de muitos profissionais que batalharam com afinco para que a profissão chegasse hoje ao status que chegou. Entre esses profissionais, está o Dr Silvio José Cecchi, presidente do Conselho Federal de Biomedicina, que começou a sua militância pela regulamentação da profissão quando ainda era estudante e milita até os dias de hoje por melhores condições de trabalho para todos os Biomédicos.
Cecchi destaca seu orgulho e satisfação em ver profissionais brasileiros se destacando no mercado de trabalho nacional e internacional, desenvolvendo projetos grandiosos no âmbito da Biomedicina e contribuindo de forma enriquecedora para o progresso da profissão e da saúde em todo o mundo.


Confira a íntegra da entrevista com o Dr. Silvio José Cecchi.

Conselho Federal de Biomedicina: A sua história de vida se confunde com a história da Biomedicina no país. Desde muito jovem o senhor se dedica à profissão, que também é muito recente, mas que tem crescido de maneira considerável no Brasil. Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional e como foi o inicio do Conselho Federal de Biomedicina.

Silvio José Cecchi: Prestei vestibular, no antigo Centro de Seleção de Candidatos às Escolas Médicas e Biológicas, para o curso de Ciências Biológicas Modalidade Médica, hoje Biomedicina, em 1979, na Faculdade Barão de Mauá de Ribeirão Preto (SP). No primeiro dia de aula fiquei sabendo que o curso não era regulamentado e, portanto, não poderia exercer a profissão a não ser, pagando para que um Farmacêutico-Bioquímico fosse responsável técnico pelo laboratório de Análises Clínicas, caso quisesse atuar nessa área. Imagine que tal situação, me causou tamanho inconformismo e então decidi reunir um grupo de amigos e começamos a batalhar pela regulamentação da profissão no Brasil. Depois de muitos contatos, consegui agendar uma reunião com o Chefe da Casa Civil do Governo Geisel, Dr. Goubery do Couto e Silva, único na época capaz de desengavetar o projeto de Lei que regulamentava a profissão, que à época sofria forte pressão da área farmacêutica..
Agendada a reunião, partimos João Sabbag (professor da Mauá), Dácio Campos (dono de Laboratório em Porto Ferreira) e eu, estudante ainda, para Brasília. Não foi fácil, travamos uma longa guerra no Congresso Nacional até que conseguimos a regulamentação.

CFBM: À frente de mais uma gestão do Conselho Federal de Biomedicina, o que o senhor vê como tendência para os próximos anos no segmento, uma vez que é sabido que a profissão tem se expandido de maneira significativa e que já está entre as 45 profissões que mais crescem no país?

Silvio Cecchi: Á frente de mais uma gestão do CFBM, acredito que a tendência é a consolidação das nossas habilitações já regulamentadas e com certeza de novas áreas que estão aparecendo, , tendo em vista que a Ciência é muito dinâmica e que os Biomédicos são os profissionais que têm uma das formações mais sólidas e completas da saúde.
CFBM: O que os biomédicos poderão esperar do CFBM nessa próxima gestão 2016/2020?

Silvio Cecchi: Os colegas biomédicos podem ter certeza que o CFBM vai trabalhar de forma intensificada e muito seriamente para fazer valer e serem respeitadas todas as nossas prerrogativas já conquistadas. Também vamos trabalhar de modo especial em relação aos concursos públicos em todo o Brasil. Qualquer concurso, cujo objeto trouxer a possibilidade de inserção de nossos profissionais, considerando a área de atuação dentro do que temos regulamentado, faremos de tudo para nossos colegas participarem, inclusive com providencias judiciais.


CFBM: Quais são as principais dificuldades da classe hoje e como o CFBM pretende amenizá-las?

Silvio Cecchi: Nossa principal dificuldade são os concursos, principalmente nos lugares mais longínquos do Brasil. Estamos preparando uma força tarefa, com o setor jurídico do CFBM e dos Conselhos Regionais, para atuar em todas as localidades, quando necessário.


CFBM: A questão da saúde no Brasil, sobretudo a pública, demanda uma atenção muito especial por parte dos nossos governantes. Como o senhor analisa esse cenário?

Silvio Cecchi: A saúde no Brasil está um caos em todos os sentidos. Assim, é preciso considerar que o trabalho dos nossos profissionais é fundamental para o progresso da saúde do país, uma vez que o Brasil tem um clima tropical, propicio em todas as estações para epidemias e endemias e que certamente precisarão ser diagnosticadas por biomédicos. Neste sentido, continuaremos lutando junto ao Ministério da Saúde e Governo Federal para melhorar os valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para os Laboratórios de Análises Clínicas que não são atualizados há mais de 20 anos.

CFBM: Parte considerável da população ainda não reconhece esses profissionais e atribui os seus trabalhos à outras profissões, como médicos, farmacêuticos, técnicos… Como pretende atuar de modo que a sociedade conheça cada vez mais o trabalho do biomédico?

Silvio Cechi: Um trabalho de mídia e marketing está sendo desenvolvido para tornar o profissional Biomédico ainda mais reconhecido em todo Brasil. Vamos propagar em todos os cantos e mídias o trabalho dos colegas que tem função importante na sociedade através do seu desempenho profissional.

CFBM: O senhor tem construído uma sólida história durante todos esses anos de atuação no setor. Qual o legado pretende deixar para CFBM e para a saúde brasileira?

Silvio Cecchi: Hoje o que posso destacar é a minha satisfação profissional e pessoal em ver a Biomedicina caminhando por si só e sendo reconhecida em todo o território nacional e internacional. Tenho hoje muito orgulho ao saber que muitos profissionais estão alçando vôos altos em todo o mundo e desenvolvendo trabalhos importantíssimos no âmbito da Biomedicina.

Quando entrei na faculdade, tínhamos poucos cursos e apenas cinco faculdades que lutavam pela regulamentação (MAUÁ – OSEC- MOGI – UFPE e PUVGO). Atualmente, temos mais de 220 cursos por todo o Brasil e uma das profissões que mais crescem. Nós, biomédicos, já somos um grande sucesso, e estamos avançando.
Desejo, de verdade, que a Biomedicina seja cada vez mais respeitada, pela competência e pela qualificação de seus profissionais no meio acadêmico e na área da saúde. Não demora muito e a frase que mais se ouvirá no mercado de trabalho será: “Aqui tem um Biomédico, pode confiar

Fonte: CFBM

sexta-feira, 24 de junho de 2016

CFBM alerta para golpe de vendas de materiais do XV Congresso Brasileiro de Biomedicina



Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) alerta que alguns acadêmicos e egressos de Biomedicina estão recebendo ligações telefônicas, em nome do Conselho Regional de Biomedicina 1ª região,  com oferta de material para o XV Congresso Brasileiro de Biomedicina e III Congresso Internacional de Biomedicina. Tais ligações tratam-se de um GOLPE, uma vez que não existe nenhuma autorização por parte dos Conselhos Regionais, da Associação Brasileira de Biomedicina ou de nenhuma outra entidade parceira na realização do evento, para que se venda materiais para o Congresso, que será realizado entre os dias 19 e 22 de outubro, em Bento Gonçalves/RS.

O CFBM esclarece ainda que os únicos valores praticados, com a autorização dos organizadores do evento, são os referentes às inscrições  do Congresso, disponível no site: http://www.xvcbbiomedicina.com.br/inscricao/ . Caso recebam ligações fora desse teor, entre em contato com os telefones (51) 3325-2040 ou (11) 3347-5558 e DENUNCIE.

Sobre o Congresso

Aproveite para conhecer sobre este grande evento, que é  maior do país, no âmbito da Biomedicina. O encontro de profissionais e estudantes da área acontece a cada dois anos com sede em diferentes regiões do País e é sempre uma grande oportunidade para discutirmos os rumos da Biomedicina do Brasil e também das profissões equivalentes dos demais países das Américas.

Neste ano, entre os destaques do encontro está a realização do Simpósio de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, com enfoque em resistência bacteriana, onde os representantes das Secretarias da Saúde do Estado serão convidados a participarem. Teremos ainda provas de títulos de especialistas para os profissionais que atenderem aos pré-requisitos da ABBM e várias outras atividades paralelas como: reuniões dos Sindicatos, Associações, plenária do Conselho Federal e do Conselho Regional e participação especial da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) que contribuirão para a formação de auditores externos e de preparação de laboratórios clínicos para acreditação. O CBBM contará ainda com a colaboração das diversas instituições de ensino que mantém o curso de Biomedicina.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Pernambuco disputa prêmio mundial com projeto de detecção precoce do câncer



O Brasil é um dos 27 países finalistas do The Venture, uma competição mundial com empresas de responsabilidade social e tecnologia, cuja final acontecerá em 14 de julho, em Nova York. E vem de Pernambuco a representante do país na disputa pelo prêmio de US$ 1 milhão. A startup Epitrack concorre com um projeto que busca acelerar o diagnóstico do câncer por meio de biossensores.

Ao se depararem com o desafio de criar novas formas de proporcionar o bem-estar coletivo, três pernambucanos que integram essa startup criada em 2013 inscreveram na competição, no fim do ano passado, um projeto para detectar precocemente indícios de alguns tipos de câncer. Isso seria possível por meio da utilização de biossensores para o reconhecimento de células cancerígenas no sangue antes mesmo da formação do tumor.

“Nos meios tradicionais, o diagnóstico é feito quando o câncer já está instalado. Já o biossensor trabalha com a lógica de marcadores macromoleculares, que identificam o risco de ter a doença antes mesmo do desenvolvimento do tumor”, explica o biomédico e epidemiologista Onício Leal, que é sociofundador da startup que desenvolve o projeto e venceu outras três empresas na seletiva nacional.

A ideia é oferecer à população um instrumento semelhante ao glicosímetro, disponível nas farmácias para a detecção do nível de glicose no organismo. “Nesse aparelho, a pessoa colocaria uma gota de sangue e essa peça se conectaria a um hardware. Este se comunica com um aplicativo em um smartphone, e o resultado sobe para a nuvem, possibilitando a análise dos resultados de forma inteligente do ponto de vista epidemiológico”, complementa.

Do desenvolvimento desse instrumento até à sua disponibilização ao usuário final, seriam necessários aproximadamente oito anos, segundo Jones Albuquerque, PhD em Ciência da Computação e chefe de conhecimento da Epitrack. “Nosso projeto tem um apelo social muito forte, que é possibilitar o empoderamento das pessoas, que poderão ter o livre acesso à informação de se possuem a doença ou não. E essa premiação é uma oportunidade de financiarmos esse projeto e torná-lo algo real”, ressalta.

O projeto, que tem parceria com o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tem como objetivo inicial detectar antecipadamente indícios de três tipos de câncer: de mama, do útero e de próstata.

“Quanto mais cedo o câncer é identificado, mais fácil ele será enfrentado. Estamos gerando a oportunidade de um diagnóstico extremamente precoce e queremos utilizar a tecnologia a favor dessa antecipação. Com o valor da premiação, poderíamos investir nas áreas de computação, epidemiologia e laboratorial”, explica a fisioterapeuta epidemiologista Juliana Perazzo, chefe financeira da Epitrack.

Votação popular

Um quarto da premiação total, ou US$ 250 mil, será distribuído entre os projetos mais inspiradores, escolhidos por votação popular na internet. Essa etapa tem início no dia 9 de maio e vai até 13 de junho. Cada empresa que participa da disputa receberá um percentual desse valor, que será proporcional à quantidade de votos recebidos a cada semana. O projeto vencedor dos US$ 750 mil restantes será escolhido pelo júri técnico da competição.

FONTE: http://cfbm.gov.br/pe-disputa-premio-mundial-com-projeto-de-deteccao-precoce-do-cancer/


quarta-feira, 8 de junho de 2016

País tem primeiro teste rápido para zika vírus

Diagnóstico é feito em apenas 20 minutos


A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) obteve o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e apresentou nesta terça-feira, em Salvador, o primeiro teste sorológico rápido nacional para detecção do zika vírus. Assim, o exame que costumava levar semanas terá resultado em até 20 minutos.

O Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, destaca que o teste rápido facilitará a vida da população, ao permitir às mulheres, por exemplo, saberem se já foram ou estão infectadas pelo vírus.

— Hoje existe uma quantidade de pessoas com sintomas que não têm o diagnóstico definitivo, ou seja, você acha que a pessoa tem zika, mas pode ser uma outra virose. A partir de agora, principalmente para as mulheres em idade gestacional, ter a informação se ela teve ou ainda não zika é extremamente relevante para a decisão dela, em iniciar uma gestação — ressalta Fábio Villas-Boas.

Procedimento

O dispositivo tem duas fitas portáteis (cassetes), que usam uma pequena amostra de soro do paciente. Uma das fitas reage com o anticorpo IgM, identificando infecções de até duas semanas. Já o segundo cassete reage ao IgC e identifica se o paciente já teve a infecção há mais tempo. Isso permite que o teste rápido detecte os anticorpos contra o zika vírus, no organismo do paciente, em qualquer fase da doença.

— O zika antes era diagnosticada em laboratório através do PRC (método que detecta a presença de carga genética do vírus), o que era demorado e muito custoso. A partir de agora, poderemos oferecer o diagnóstico em qualquer posto de saúde nos lugares mais distantes do país e, em apenas 20 minutos, a população terá a resposta se tem ou teve zika — explica o secretário.

Parceria

O teste foi desenvolvido em parceria da Sesab com uma empresa sul-coreana, que transferiu a tecnologia ao laboratório fabricante, a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (BahiaFarma), ligado à Secretaria de Saúde do estado. Com a autorização concedida pela Anvisa, o laboratório aguarda o pedido do Ministério da Saúde para iniciar a fabricação e distribuição a toda a população brasileira. A previsão inicial pode ser de até 500 mil testes por mês.

— O processo iniciou-se em agosto do ano passado, com a assinatura do protocolo, porém o desenvolvimento do produto ocorreu entre setembro e janeiro, e nós começamos a fazer escalonamento de lotes-piloto, para registro do produto — conta o diretor-presidente do Laboratório público, BahiaFarma, Ronaldo Dias.

A Agência Brasil procurou o Ministério da Saúde sobre a previsão de pedido para a fabricação dos produtos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

O zika vírus foi descoberto na Bahia em julho de 2015, quando casos associados à Síndrome de Guillan-Barré foram confirmados. De acordo com a Sesab, nos cinco primeiros meses deste ano, 36.725 casos foram registrados na Bahia.


quarta-feira, 1 de junho de 2016

FACIPE - São Lourenço da Mata recebe ação social

“Iniciativa fez parte do projeto Facipe Social com diversos atendimentos gratuitos a população”

Coordenador e alunos de Biomedicina que participaram da ação 

A Praça Leão Coroado foi o local escolhido para receber a iniciativa, promovida em parceria com a prefeitura do município, tendo início às 08hs reunindo alunos, professores e colaboradores da instituição.

Uma manhã inteiramente voltada ao exercício da cidadania através da educação, com uma série de serviços em saúde oferecidos de forma gratuita à população. Este é o objetivo do “Facipe Social – Na Estrada”, realizado no último sábado (28), no centro de em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.

A Praça Leão Coroado foi o local escolhido para receber a iniciativa, promovida em parceria com a prefeitura do município, tendo início às 08hs reunindo alunos, professores e colaboradores da instituição.

Durante a ação, cerca de 100 estudantes das graduações em Direito, Enfermagem, Biomedicina, Fisioterapia, Estética & Cosmética e Odontologia estiveram nas dependências da praça atendendo a população, bem como, aos moradores de localidades vizinhas.

Aproximadamente 300 pessoas tiveram acesso a serviços como orientação jurídica e defesa do consumidor, aferição de pressão arterial e glicemia, avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC), massagens terapêuticas, design de sobrancelhas, higiene bucal e escovação, além de informações a respeito da hipertensão e diabetes, arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika), doenças e infecções sexualmente transmissíveis, além da entrega de preservativos.

A secretária Especial da Mulher, de São Lourenço da Mata, Marineide Silva, que representou o prefeito do município, esteve presente na ação e aproveitou para parabenizar a organização e o comprometimento dos alunos envolvidos no evento.

“Reitero que é através de parcerias como esta, onde estudantes colocam o conhecimento a serviço da população carente, que proporcionamos uma cidade melhor para todos”, salientou a gestora.

Segundo o idealizador da ação, professor Pedro Procópio, a escolha pelo bairro se deu por conta da carência de serviços no local.


“Por ser uma localidade densamente populosa, existe uma grande parcela de moradores que não têm acesso a serviços. Com a ação, buscamos amenizar essa questão oferecendo atendimentos variados”, afirmou o coordenador de Extensão da Facipe.


Fonte: http://www.facipe.edu.br/blog/noticias/acao-social-em-sao-lourenco-da-mata/